Confidência Amorosa

Veritas et rosae habent spinas

Tu nunca ouviste, Amanda, que não se deve perguntar por que se ama? Pois então imagines que a resposta não te traga o conforto que esperas e sim um terrível incômodo... Não, se quisermos ser honestos, não podemos dizer porque amamos.

Não posso dizer que te amo por tua rebeldia displicente ou por teus trejeitos brutos e frágeis. De fato, tua crença ingênua em um amor que mereça odes e declarações tocantes não me agrada.

Se todavia tu exiges uma confidência amorosa, Amanda, caso aceites que eu não acate a dissimulação, falarei muito brevemente sobre meu amor por ti.
Amo-te somente por me sentir incompleto, amputado da esperança que movia minha infância. Amo-te apenas para ter compensadas as minhas próprias deficiências... Soa reconfortante para ti?